Recorded in Memória, Lisboa on January, 15th and 16th 2023
Produced by João Madeira / 4DaRecord
Concept Design by Paulo Teixeira Lopes
Inside Photo: Nuno Martins
Cover Artwork by take the little horse out of the rain
Poem by Bruno Parrinha


"Da respiração
O tempo
Sabe a não saber
Inspira o som
O silêncio
Ouve a água cadente
corrente
Soa o vento
Da erosão de mim."

Reviews:

"Bruno Parrinha on alto sax, in complete solitude, is the author of this courageous recording, in which lyrical and dreamy atmospheres mix with more aggressive, abrasive ones, just as Anthony Braxton or Roscoe Mitchell have already made us listen to on his instrument.
Parrinha's experimentation is one that offers itself in a soft way, sometimes with melodies with a calm aspect, sometimes with songs that have the appearance of a breath of wind, all seasoned with an inventiveness that knows how to find its own away in improvisation
Beautiful, varied, constantly looking for notes and silences to put together with the previous ones, the disc has something engaging, at the same time it is logical and precise in the way it is presented, due to the strong personality of the author, who has the absolute control over what happens in the sound space
A courageous solo album, between acoustic explorations and captivating melodies."
Rated 9/10
VITTORIO LOCONTE
kathodik.org

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"2023 é o ano da afirmação de Bruno Parrinha como líder, com a edição quase simultânea de dois discos: um arrojado solo (“Da Erosão”, via 4DaRecord) e a estreia do seu projeto Vine Leaf, trio com Luís Lopes e João Valinho (“Tales of Senses”, via Clean Feed).

Saxofonista e clarinetista, Bruno Parrinha é um músico já quase veterano, figura presente e muito ativa na imparável cena improvisada lisboeta, sempre envolvido em múltiplos projetos. Colabora regularmente com Ernesto Rodrigues, participa no mais recente disco de Sei Miguel (“The Original Drum”, numa ligação que já remonta a 1998, quando gravou com Sei o histórico “Songs Against Love and Terrorism”), integrou o ensemble “allstar” Lisbon Freedom Unit (que editou “Praise of Our Folly” em 2018) e atualmente faz parte do grupo Abyss Mirrors liderado por Luís Lopes (que editou já este ano o álbum “Echoisms”). Embora a sua discografia como sideman seja vasta, sobretudo enquanto membro de formações lideradas por Ernesto Rodrigues, a sua produção em nome próprio é mais discreta. Um dos seus projetos mais notáveis foi o trio Garden, com Luís Lopes (guitarra) e Ricardo Jacinto (violoncelo): o disco homónimo (Clean Feed, 2016) mostrava uma combinação instrumental atípica que criou música muito original. Agora, este ano de 2023 parece ser o ano da afirmação (tardia) de Bruno Parrinha como líder, com a edição quase simultânea de dois álbuns: um arrojado solo (“Da Erosão”, via 4DaRecord) e a estreia do seu projeto Vine Leaf, trio com Luís Lopes e João Valinho (“Tales of Senses”, via Clean Feed).

Este solo “Da Erosão” tem edição da 4DaRecord, editora que tem publicado sobretudo projetos do contrabaixista João Madeira e onde se pode encontrar também o curioso “Trips and Findings” da percussionista Sofia Borges. Um solo de um instrumento de sopro nunca será fácil, mas Parrinha trata de enfrentar o desafio com coragem. Tal como no histórico e pioneiro “For Alto” de Anthony Braxton (gravado em 1969, editado em 1971), Parrinha lança-se nesta aventura solitária apenas acompanhado pelo saxofone alto. Ao longo de nove faixas, o saxofonista vai desdobrando ideias, lançando notas que vão formando estrutura, criando uma música que vai evoluindo e ganhando forma em tempo real. Ouvimos aqui momentos mais enérgicos, outros mais contidos, momentos mais exploratórios e texturais, outros que assumem formas mais melódicas. Apesar do risco, nunca se sente aridez de ideias, nunca se sente um vazio, há sempre uma ação e sequência, um passo que leva a outro, que vai avançando pelo caminho fora. Uma arriscada e bem sucedida aventura solitária.

Quase em paralelo com a edição do solo, foi lançado pela imparável Clean Feed um outro projeto, chamado Vine Leaf. O nome é a tradução literal de “parrinha” (folha de videira) para inglês, forma curiosa de, desde logo, se anunciar a liderança do grupo. A acompanhar Bruno Parrinha (saxofone alto), estão aqui Luís Lopes na guitarra (com quem já tinha trabalhado no trio Garden) e João Valinho na bateria. Ao longo das três faixas que compõem o disco, o trio desenvolve uma música puramente improvisada, sempre assente no diálogo e na interação instrumental. Na comparação com o trabalho a solo, esta música é naturalmente mais fluída, pela soma de ideias que os três músicos vão lançando. Se a capacidade técnica e diversidade de recursos de Parrinha foi amplamente e explorada e exibida no registo solo, aqui é posta ao serviço do caminho comum. Um elemento atípico neste álbum é a guitarra de Lopes, que está aqui quase irreconhecível: habitualmente roqueira e abrasiva, ouvimo-la muito contida, atenta ao diálogo a três, sem se impor demasiado. A percussão de Valinho é sempre vigilante e acesa; nunca se deixa ficar escondido, contribui ativamente para a conversa. O resultado é uma música improvisada trabalhada com cuidado, onde os músicos se escutam e dialogam sem atropelos. Navegam por diferentes direções e encontram-se facilmente em caminhos comuns. Entre momentos de calmaria idílica ou enorme rebuliço, há aqui sempre muitas ideias a florescer.

Se até agora a discografia de Bruno Parrinha era discreta, a situação mudou: entre a improvisação comunicante de “Tales of Senses” e a ousadia aventureira de “Da Erosão”, Bruno Parrinha assina dois documentos marcantes, impossíveis de ignorar." Nuno Catarino, jazz.pt

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"Saxophoniste émérite de la mouvance portugaise de l’altiste Ernesto Rodrigues, de son fils violoncelliste Guilherme, des contrebassistes Hernani Faustino et João Madeira laquelle enregistre à tour de bras avec toute une galaxie impressionnante d’improvisateurs portugais et du monde entier sur le long terme (label Creative Sources, Bruno Parrinha a bien mérité de publier son album « à lui tout seul » en solitaire. Pour ce faire, son ami Joāo Madeira lui a ouvert grand les portes de son nouveau label, 4DARecords dont c'est le 7ème CD. Si ce n’est pas la grande révolution stylistique, ce portfolio imagé rassemble sept belles pièces qui transitent d’une dimension mélodique chantante à l’avant-garde introvertie ou le free exacerbé en commençant par les notes tenues de Do Solo. Cette pièce au sax alto est conçue comme un bijou aux multiples facettes avec un développement mélodique au ralenti dans les connections sensibles d’ intervalles secrets dans un mouvement giratoire conjoint / disjoint. Fluxo de Idade est une variation plus élaborée de cette chasse aux assonances et aux consonances qui s’intègrent avec un lyrisme contenu en direction d’intersections staccato en cascade tournoyante. On y trouve un air de famille avec la démarche de Steve Lacy (Dor Fluvial) qu'il pousse dans son extrémité avec des staccatos et coups de bec rageurs. Au fil des sept morceaux, le compositeur - improvisateur s'écarte du domaine plus conventionnel du nouveau jazz pour pénétrer dans des territoires moins arpentés où pointe l'inconnu,le sonore, la désarticulation du flux en volutes ordonnées pour l'implosion stochastique en tirant de son saxophone alto des sonorités acides, saturées, éraillées, effets de souffle, glissandi dissonnants, quintoiements lunatiques, scories ludiques et harmoniques aléatoires au travers d'intervalles audacieux.De la familiarité d'un langage universel, contemporain d'un demi-siècle d'aventures free, Bruno Parrinha crée son univers sonique dans des instants fragiles en tentant de repousser la limite du jouable, en forçant le trait ou le brouillant (Assoreado). On écoutera cela avec autant d'attention qu'on le ferait pour un John Butcher ou un Urs Leimgruber. Pour Bruno Parrinha, il ne s'agit pas d'impressionner ou d'expressionner mais de fragmenter la coque de notre indifférence à la curiosité. Belle réussite."
Posted by Jean-Michel Van Schouwburg
orynx-improvandsounds.blogspot.com

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"A solo album by a saxophonist on a small Portuguese label. It may have little impact on turning a world in overdrive, but in this case it is a strong, personal story from an artist who searches and looks back without clichés.

Reed player Bruno Parrinha is just as active, but above all a well-known face in the experimental scene in Portugal. There he already played with cult figure Sei Miguel in the late eighties, but the following two decades he disappeared from view. About a dozen years ago he boosted his activity again and since then he has appeared on more than fifty (!) releases from the Creative Sources label, which mainly releases free improvised and electro-acoustic music. In between he also appeared on a few releases alongside guitarist Luís Lopes (among others as a member of his ensembles Lisbon Freedom Unit and Abyss Mirrors) and again alongside his former employer Sei Miguel.

Now Parrinha takes a step forward. His trio Vine Leaf, with Lopes and drummer João Valinho, just released a debut album on Clean Feed, while 4DaRecord released his first solo album Da Erosão . The titles of the album and the pieces are full of references to time, nature, weather and erosion, so it should not be surprising that you hear the reed player, who is limited to alto sax here, mainly in a contemplative and introspective mode. It also feels like listening to an artist who feels alone with his instrument. Personal and fragile, but also free and relaxed.

The tradition of solo sax records is as long as it is intimidating, from pioneers like Evan Parker, Peter Brötzmann, Anthony Braxton and Joe McPhee, to good folk of the young(er) guard like Darius Jones, Signe Emmeluth and Colin Webster. Recently also appeared a solo throw by Parrinha's frequent colleague Rodrigo Amado. Maybe it was an inspiration. In any case: throughout seven pieces the musician tells a coherent story that stays far away from pompous fuss and smooth effects, and forces several intense(ive) listenings. It ties together especially beautifully, with the first three pieces feeling like a suite of sorts as he moves from swelling and sustained sounds to lyrical, reflective terrain through real-time exploration .

, including pauses, silences, repetitions. The one time cool and sloping, with soft cornering, floating on a meandering, organic flow. A little further on, a bit more erratic, with larger intervals and an increase in volume and density. That can often sound very melodic, but sometimes the focus shifts to texture, it starts to grind, whine, sputter with emotion. Further on, the contrasts are intensified: the compact “Ideia Soluta”, good for barely 100 seconds, is largely played through circular breathing, like an expressive, almost eccentric siren, while “Condiçao Eólica” plays with breathing and extended techniques .

is in turn followed by the jubilant “Reflexos Abrasivos”, in which Parrinha lets the alto sax sing. Closing track “Assoreado” returns to the soft swelling of opener “Do Solo”, although that alto sax sounds like a distressed animal towards the end of this chapter. Parrinha has now proven enough to make a statement as a leader and as a solo artist and Da Erosão is – like Rodrigo Amado's Refraction Solo – a personal record that can perhaps teach you more about the performer than any other long player you can listen to. to belong. That's why it's worth listening to."
GUY PETERS - enola.be

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"Bruno Parrinha , who moves on a much more extreme, radical, heady grammar in his circumnavigation of the alto sax planet." Alberto Bazurro, lisolachenoncera.it

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"Portuguese altoist Bruno Parrinha is - at least to me - best known for his collaborations with his fellow countrymen Ernesto Rodrigues (seven albums together this year!), Sei Miguel and Luis Lopes, but here we find him on his frist solo album.

Parrinha's tone is warm, soulful, welcoming and sad. The melancholy of his tone is well described in a poem he wrote, which I let 'deepl' translate into English, which is possibly not the most accurate tool to translate poetry, but I'm sure it somehow captures the spirit. "The erosion of me" is a painful image, and that melancholy sense of things moving away from you captures the sound wel.

The sound is direct, as if you were standing next to him, listening in to his private expressions of sadness. On some tracks, such as "Condição Eólica", he takes a more adventurous tone, expressing the sound of wind. The last track is an incredible feat of circular breathing, that not only shows his skills at the instrument, but also encapsulates the essence of the album through its kaleidoscopic yet coherent variation.

Music straight from the heart." Stef Gijssels, www.freejazzblog.org